Sunday, April 27, 2014

Monday, April 21, 2014

Resposta 14. Posta recebida

DESTINATÁRIA



CARTA

 

Cartão postal de Veneza: 
data: 20-03-1939 

Querida Käthe, 
para você uma cordial e saudadosa lembrança da maravilhosa Veneza - Itália - 
do teu Bernd apaixonado. 

junto Bernd mandou uma poesia infantil: Cavaleiro da Perna 
e uma folha de Ginkgo




Por Wolf Kronner, em colaboração com Paula E.

Sunday, April 6, 2014

Resposta 13. Achados na gaveta da mesa de cabeceira de B. Biermann








"Londres, 08/03/1939
Meu amor,
Mais uma vez tento te encontrar.
No último Novembro, alguns dias antes da invasão, meus pais e eu viemos para Inglaterra.
Esse medo ainda me persegue e fico aliviado que você não tenha vivido aquela noite.
Meu endereço é 189 Ormeley road, SW3456, Londres, UK
Por favor, me escreva!
Com amor,
Seu Bernd"



"Berlin, 16/09/146
Querida Kathe,
Já faz dez anos e uma guerra desde estivemos juntos pela última vez. 
Hoje é a primeira vez que eu volto ao solo de Berlim. E penso em você.
Muitas de minhas cartas voltaram e tenho o pressentimento de que este cartão postal também não chegará... Mas espero que seja diferente.
Seu Bernd"



"Querida Kathe,
Ontem fui ao Funkturm. Lá estivemos juntos uma vez no outono de 1935.
Eu ainda me pergunto o que terá acontecido com você. Se tornou médica? Teve filhos?
Talvez... talvez nos encontremos uma vez mais e contemos a história de nossas vidas.
Nesse dia, te entregarei este cartão postal e poderei te contar que, apesar de todas dificuldades, minha vida foi uma boa vida.
Seu, Bernd"


Por P. Ellinger, em colaboração com L. Serino e W. Kronner

Wednesday, March 19, 2014

Resposta 12. 1946


It’s been 7 years since you left. So much has happened. So much has changed. It’s been several years of war. 7 years of pain. And you left. Sometimes I feel angry about it. You had the chance of leaving and not going through what we went through. You were protected, and I am so happy for it. But it is not always easy to understand. And I know is not easy leaving. But it wasn’t easy staying either. 7 years, Kathe! I’m a different person. The war changes you in a way that I never thought it could be possible. It changed my notions of home, of love and of life. It destroys so much of what you were before. All of those dreams, all of those plans. Everything then seems so volatile. And you left. And I stayed.  We went through so much. Bombings, family members and friends dying, people running. I never knew what happened to you. I tried. I’ve sent letters. And I still send them. And I never heard from you. Maybe the new life made you well. Maybe you realised that you had nothing to do with this land anymore. And for those staying remain the thought of what could have been. 



Now the bombings are over. People are returning. But you have not returned. And whilst the fighting has stopped, maybe it will take much longer until the war is actually over.  For me.

Photos by ©Andreas Chasomeris
Text by Gustavo de Carvalho 

Friday, March 14, 2014

Resposta 11. Käethe & Bernd

               Envolta pela bruma que distorcia imagens a se formarem diante dela, a jovem Käethe viu-se na plataforma de uma estação de trens. Seu coração acelerado sabia que ali, naquele exato momento, Bernd chegaria para por um fim a tão longa espera. De onde vinha? Que cidade era aquela? Para onde iriam? Ora, mas que importância tinha isto? Afinal, o seu Bernd vinha ao seu encontro.
               De súbito, o apito e o ranger das rodas freando nos trilhos. Agora, a plataforma repleta de pessoas. Gente que, como ela, tinha ido buscar gente que chegava. Lágrimas, sorrisos e abraços. Käethe procurava Bernd por entre rostos que surgiam e desapareciam, como se fossem flashs sucessivos e velozes de irreal galeria.
Mas eis que ele surge a seu lado, como que saído do nada, talvez da névoa... Olharam-se demoradamente, com a certeza daqueles que se amam. E lágrimas molharam seus sorrisos. Mas nada disseram. Apenas se jogaram nos braços um do outro, sem saber do tempo ou do lugar.
               E ganharam a rua, as praças, os parques... E dançaram ao som da música imaginária, até que se vissem girando numa roda-gigante que os transportou ao topo e de lá ficaram a apreciar estrelas. Nada, absolutamente nada poderia perturbar tamanha plenitude. Sem palavras, sem perguntas ou respostas. Nenhum constrangimento no silêncio que a tudo explicava sem pedir explicações. Silêncio que ampliava o sentir daquele momento único porque mágico e perfeito.
               O mesmo efeito mágico foi alcança-los a beira de uma praia de águas mansas e cristalinas, onde galhos de amendoeiras e palmeiras balançavam ao sabor da brisa soprada ao entardecer. Ali os dois brincaram na areia e se jogaram no mar, como se ainda fossem crianças travessas, reconciliando seus corpos com a paz da natureza.
               E caminharam... Caminharam em dimensão e tempo que jamais se exaurem, como se fora a trilha de uma vida inteira. Assim, passo após passo, viveram tudo o que a vida porventura lhes tivesse oferecido para ser vivido. E se sentiram inteiros.
               Aplacadas as ausências prévias, os profundos olhos azuis de Kaëthe procuraram os de seu amado e os dois se perceberam mais maduros, como que grisalhos, a flutuar numa bolha com o espectro do arco-iris. Onde estavam, nenhuma chuva, granizo ou neve; nenhuma seca ou enchente os poderia afetar. Nem calor, nem frio. Nem fome, nem dor. O desconforto não existia e tudo estava explícito: nunca mais ficariam separados. Agora exaustos de tantas procuras, se aconchegaram na tranquilidade da vida que enfim pulsava dentro deles.
               Depois, embriagados de paixão, adormeceram juntos por toda a eternidade.


Por Angela Lucena 

Wednesday, February 26, 2014

Resposta 10. A vida alheia de Bernd Biermann em Nova York

Climbing into the Promised Land - arrival at Ellis Island, New York, USA
(by unknown artist)




Photography of Bernd Biermann´s co-refugee Hermann Landshoff:
Firehouse near Brooklyn Bridge, New York (1940)


View of Bernd Biermann´s house - New York, 1939


Bernd Biermann´s dormitory / 1938 - New York - USA


Bernd Biermann´s dormitory detail


Bernd Biermann´s bookshelf in New York, 1939




Painting from Gabriele Münter (member of the "Der Blaue Reiter" = The Blue Rider" - German Artists Movement of the 1920s)



- on Bernd Biermann´s wall in New York, 1939



Por: Wolf Kronner